Eu quero é botar meu bloco na rua – Sérgio Sampaio
“Eu quero é todo mundo nesse carnaval…”
Nascido em Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo, em 1947, Sérgio Sampaio só ganhou o sucesso que merceia em 1972, quando se inscreveu no IV Festival Internacional da Canção com a música Eu quero é botar meu bloco na rua. Com uma letra cheia de metáforas, a canção entrou para a história como uma das maiores canções brasileiras de todos os tempos.
Em época de ditadura militar, os compositores usavam das canções para passarem as suas mensagens para a sociedade de que não concordavam com a brutalidade e a forma como o país era governado. Com uma censura forte, que analisava cada canção gravada, os grandes letristas eram obrigados a utilizar metáforas, para expressar o sentimento da canção e ao mesmo tempo escapar da censura.
Quando Sérgio Sampaio ecoava em alto e bom som que queria “botar o bloco na rua”, ele na verdade estava querendo se impor. Na época, o exército levava tropas para as ruas, como meio de demonstrar a força para os cidadãos. Sérgio também queria colocar a sua tropa (bloco), com uma grande diferença de objetivos. O bloco de Sérgio Sampaio queria “um quilo mais daquilo” e “um grilo menos disso” e chama todo mundo para esse carnaval.
O Durango Kid, que aparece na letra da canção, é uma metáfora para militares, no caso, o inimigo que impedia o bloco de ser “botado” na rua.
A primeira parte da letra remete ao sentimento que os militares tinham por qualquer cidadão. Que todos sentiam medo quando tinham as disputas nas ruas e que todos iriam se calar diante da brutalidade. A segunda parte é o hino de Sérgio Sampaio, a real vontade do brasileiro da época, que era ir para a rua e dizer tudo o que estava engasgado na garganta.
Há quem diga que eu dormi de touca
Que eu perdi a boca, que eu fugi da briga
Que eu caí do galho e que não vi saída
Que eu morri de medo quando o pau quebrou
Há quem diga que eu não sei de nada
Que eu não sou de nada e não peço desculpas
Que eu não tenho culpa, mas que eu dei bobeira
E que Durango Kid quase me pegou
Eu quero é botar meu bloco na rua
Brincar, botar pra gemer
Eu quero é botar meu bloco na rua
Gingar, pra dar e vender
Eu, por mim, queria isso e aquilo
Um quilo mais daquilo, um grilo menos disso
É disso que eu preciso ou não é nada disso
Eu quero é todo mundo nesse carnaval
Eu quero é botar meu bloco na rua
Brincar, botar pra gemer
Eu quero é botar meu bloco na rua
Gingar, pra dar e vender
Fonte: https://musicasbrasileiras.wordpress.com/
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