Intertimento

Não se admire ou pense que eu escrevi errado, o nome é "Intertimento" mesmo, algo de significado parecido com entretenimento. O que se busca aqui é interagir com uma linguagem simples e cotidiana, de forma a garantir a todos o entendimento acerca dos assuntos tratados.

terça-feira, 31 de março de 2015


TENTAÇÃO


Ela estava com soluço. E como se não bastasse a claridade das duas horas, ela era ruiva.

Na rua vazia as pedras vibravam de calor – a cabeça da menina flamejava. Sentada nos degraus de sua casa, ela suportava. Ninguém na rua, só uma pessoa esperando inutilmente no ponto do bonde. E como se não bastasse seu olhar submisso e paciente, o soluço a interrompia de momento a momento, abalando o queixo que se apoiava conformado na mão. Que fazer de uma menina ruiva com soluço? Olhamo-nos sem palavras, desalento contra desalento. Na rua deserta nenhum sinal de bonde. Numa terra de morenos, ser ruivo era uma revolta involuntária. Que importava se num dia futuro sua marca ia fazê-la erguer insolente uma cabeça de mulher? Por enquanto ela estava sentada num degrau faiscante da porta, às duas horas. O que a salvava era uma bolsa velha de senhora, com alça partida. Segurava-a com um amor conjugal já habituado, apertando-a contra os joelhos.


Foi quando se aproximou a sua outra metade neste mundo, um irmão em Grajaú. A possibilidade de comunicação surgiu no ângulo quente da esquina, acompanhando uma senhora, e encarnada na figura de um cão. Era um basset lindo e miserável, doce sob a sua fatalidade. Era um basset ruivo.

Lá vinha ele trotando, à frente de sua dona, arrastando seu comprimento. Desprevenido, acostumado, cachorro.

A menina abriu os olhos pasmada. Suavemente avisado, o cachorro estacou diante dela. Sua língua vibrava. Ambos se olhavam.

Entre tantos seres que estão prontos para se tornarem donos de outro ser, lá estava a menina que viera ao mundo para ter aquele cachorro. Ele fremia suavemente, sem latir. Ela olhava-o sob os cabelos, fascinada, séria. Quanto tempo se passava? Um grande soluço sacudiu-a desafinado. Ele nem sequer tremeu. Também ela passou por cima do soluço e continuou a fitá-lo.

Os pêlos de ambos eram curtos, vermelhos.

Que foi que se disseram? Não se sabe. Sabe-se apenas que se comunicaram rapidamente, pois não havia tempo. Sabe-se também que sem falar eles se pediam. Pediam-se com urgência, com encabulamento, surpreendidos.

No meio de tanta vaga impossibilidade e de tanto sol, ali estava a solução para a criança vermelha. E no meio de tantas ruas a serem trotadas, de tantos cães maiores, de tantos esgotos secos – lá estava uma menina, como se fora carne de sua ruiva carne. Eles se fitavam profundos, entregues, ausentes de Grajaú.

Mais um instante e o suspenso sonho se quebraria, cedendo talvez à gravidade com que se pediam.

Mas ambos eram comprometidos.

Ela com sua infância impossível, o centro da inocência que só se abriria quando ela fosse uma mulher. Ele, com sua natureza aprisionada.

A dona esperava impaciente sob o guarda-sol. O basset ruivo afinal despregou-se da menina e saiu sonâmbulo. Ela ficou espantada, com o acontecimento nas mãos, numa mudez que nem pai nem mãe compreenderiam. Acompanhou-o com olhos pretos que mal acreditavam, debruçada sobre a bolsa e os joelhos, até vê-la dobrar a outra esquina.

Mas ele foi mais forte que ela. Nem uma só vez olhou para trás.
 Clarice Lispector


Fonte: http://www.contioutra.com/tentacao-por-clarice-lispector/

Música



Evidências – Chitãozinho e Xororó

“Eu preciso aceitar que não dá mais para separar as nossas vidas”

Uma das canções sertanejas mais famosa e cantada, Evidências virou a canção referência da considerada maior dupla sertaneja do Brasil, Chitãozinho e Xororó. Mesmo sendo lançada apenas em 1990, a canção é junto com Fio de cabelo o maior sucesso da dupla.

A composição de Paulo Sérgio Valle e José Augusto tem uma letra característica do sertanejo romântico da década de 1990. Nesse período, as canções sertanejas deixam um pouco a viola de lado, o violão ganha força e as letras passam a ser mais românticas. Em Evidências, palavras opostas são colocadas para explicar o amor sentido pelo indivíduo. Ele diz que não ama, mas ama, diz que não quer mais, mas quer e agora se vê rendido a uma paixão que não consegue mais esquecer. A letra é um desabafo, em forma de poesia, de uma pessoa que não tem coragem de assumir um amor para a amada.



Quando eu digo que deixei de te amar
É porque eu te amo
Quando eu digo que não quero mais você
É porque eu te quero
Eu tenho medo de te dar meu coração
E confessar que eu estou em tuas mãos
Mas não posso imaginar
O que vai ser de mim
Se eu te perder um dia

Eu me afasto e me defendo de você
Mas depois me entrego
Faço tipo, falo coisas que eu não sou
Mas depois eu nego
Mas a verdade
É que eu sou louco por você
E tenho medo de pensar em te perder
Eu preciso aceitar que não dá mais
Pra separar as nossas vidas

E nessa loucura de dizer que não te quero
Vou negando as aparências
Disfarçando as evidências
Mas pra que viver fingindo
Se eu não posso enganar meu coração?
Eu sei que te amo!

Chega de mentiras
De negar o meu desejo
Eu te quero mais que tudo
Eu preciso do seu beijo
Eu entrego a minha vida
Pra você fazer o que quiser de mim
Só quero ouvir você dizer que sim!

Diz que é verdade, que tem saudade
Que ainda você pensa muito em mim
Diz que é verdade, que tem saudade
Que ainda você quer viver pra mim


Fonte: https://musicasbrasileiras.wordpress.com/page/4/

domingo, 29 de março de 2015


A mão de Glória

A cidade barulhenta expulsou aquelas duas famílias amigas. O vozerio exagerado dos homens e as buzinas de automóveis atormentavam – lhes. Resolveram criar os filhos onde se escuta a algazarra dos pássaros e o assovio do vento. Mudaram-se durante o inverno para uma cidade de dez mil habitantes.

Os filhos dos casais somavam três: Beatriz , seis anos, e Antônio eram irmãos. Ele, apenas dois anos mais velho. Glória tinha um ano a mais que a amiga e era filha única. Encontrava nos companheiros, e agora vizinhos, cumplicidade. Irmãos em casas conjugadas.

A casa de Glória tinha vários cômodos. Todos bem iluminados pelo sol que penetrava pelas grandes janelas de madeira. Os móveis eram poucos e necessários. Causavam imensidão ao interior da casa. O vento era convidado a percorrer os espaços. Era uma ordem natural.

Naquele dia, tudo acordou lavado: as plantas molhadas, a terra ensopada, o quintal era um lago raso. Os pássaros cantavam na copa, a empregada cantarolava na copa, as crianças barulhavam.

Os meninos brincavam, esticando-se no sol ainda morno das primeiras horas do dia, daquela manhã de sábado. Uma grande laranjeira cobria todos, mas os deixavam expostas às frestas de luz que se moviam lentamente, obedecendo ao passear do sol no céu, que mandava embora as últimas nuvens cansadas do trabalho na noite anterior. Chover é trabalhoso às operárias brancas. Chover é trabalho aos operários da terra. A chuva banha seres e coisas. Há sujeira sem a chuva; há sujeira com a chuva.

Glória e os amigos tinham pés e mãos enlameados. Arrumavam uma casinha de brinquedo. Faziam das pedras, banquinhos; das folhas, camas; das mãos, arquitetos. Beatriz e Antônio aproximavam-se naquela causa comum: a casinha primitiva. Glória afastou-se dos amigos e apanhou uma laranja caída durante a chuva na noite anterior. A fruta, madura demais, não resistiu ao vento que a balançou violentamente para todos os lados.

_ Glória, vem pra cá, grita Beatriz, vem ajudar a gente,

Glória, com a laranja nas mãos, dirige-se aos colegas.

_ O que é isso, Glória? Pergunta Antônio, curioso pelo segredo na mão de Glória.

_ Tô brincando de mundo, Antônio. Acabei de achar um mundo maduro caído no chão. Tá aqui, amarelinho, na palma da minha mão.

_ Traz pra cá, Glória! Beatriz fica animada com o novo brinquedo. Quer tê-lo dentro ou fora da casinha. Quer tê-lo.

Glória fez um pequeno buraco no chão e colocou a fruta para descansar. Mundo em um buraco úmido. A menina observa o brinquedo, acarinha-o o polo norte, tenta fazê-lo dormir, em vão. Recolhe-o e o coloca sobre o peito. Deita-se no chão molhado com o mundo sobre o corpo.

Sentindo a falta do brinquedo, Beatriz reclama:

_ Antônio, cadê o mundo que estava aqui?

_ O Mundo, responde Antônio, está na mão de Glória.

_ Glória!

 Lúcia Costa

Fonte: http://www.contioutra.com/a-mao-de-gloria-por-lucia-costa/

sábado, 28 de março de 2015

Você sabia...

#VOCÊSABIA?

https://www.facebook.com/OficialVoceSabia/photos/pb.500067176741088.-2207520000.1427556105./799242743490195/?type=3&theater

Filme

O Vingador do Futuro 

Doug Quaid (Colin Farrell) leva uma vida pacata. Ele mora na Colônia, trabalha em uma fábrica na Bretanha Unida e é casado com a bela Lori (Kate Beckinsale). Um dia, resolve visitar a Rekall, uma empresa que oferece aos clientes a inserção de memórias no cérebro, simulando viagens que não aconteceram de verdade. Doug se submete ao tratamento, mas durante a inserção algo dá errado e ele logo se vê cercado por policiais, os quais mata sem dó nem piedade. Sem saber o que está acontecendo, Doug foge para casa. Lá descobre que Lori também está contra ele e deseja matá-lo. Após escapar da esposa, Doug começa a decifrar o enigma: no passado ele foi um importante agente do chanceler Cohaagen (Bryan Cranston), com ligações entre os rebeldes que desejam a liberdade da Colônia.






TRAILER




Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-144148/


Música

Pais e filhos – Legião Urbana


“É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã”

Uma das canções mais famosas e cantadas da banda Legião Urbana, Pais e filhos tem uma letra forte, chamativa e triste. Ao contrário do que muitos pensam, a canção conta a história de uma menina que se suicida após várias discussões e desentendimentos com seus pais. A letra é fabulosa por começar do suicídio e só depois explicar os motivos. Além disso, o refrão é uma lição de vida que diz que devemos amar as pessoas todos os dias, porque o amanhã pode não existir.

O tema suicídio sempre causou muita discussão, já que não pode culpar a vítima pela morte. A busca de explicações para um suicídio é um desafio para investigadores, que muitas vezes encontram as respostas nas relações familiares. Sendo assim, Pais e filhos é, na verdade, uma crítica contra os pais que não dão a atenção devida aos seus filhos.A letra traz vários fatos e perguntas das relações entre pais e filhos. Desde perguntas simples de “Por quê que o céu é azul” até exemplos de rebeldia dos filhos como “vou fugir de casa”. Renato Russo, letrista da canção, chegou a dizer que a história é fictícia, mas traz fatos parecidos com a realidade.




Estátuas e cofres e paredes pintadas
Ninguém sabe o que aconteceu
Ela se jogou da janela do quinto andar
Nada é fácil de entender

Dorme agora
É só o vento lá fora

Quero colo! Vou fugir de casa
Posso dormir aqui com vocês?
Estou com medo, tive um pesadelo
Só vou voltar depois das três

Meu filho vai ter nome de santo
Quero o nome mais bonito

É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Porque se você parar pra pensar
Na verdade não há

Me diz, por que que o céu é azul?
Explica a grande fúria do mundo
São meus filhos
Que tomam conta de mim

Eu moro com a minha mãe
Mas meu pai vem me visitar
Eu moro na rua, não tenho ninguém
Eu moro em qualquer lugar

Já morei em tanta casa
Que nem me lembro mais
Eu moro com os meus pais

É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Porque se você parar pra pensar
Na verdade não há

Sou uma gota d'água
Sou um grão de areia
Você me diz que seus pais não te entendem
Mas você não entende seus pais

Você culpa seus pais por tudo, isso é absurdo
São crianças como você
O que você vai ser
Quando você crescer


Fonte: https://musicasbrasileiras.wordpress.com/page/4/


De quando o pássaro apiedou-se do Sol


Ouvi, certa vez, uma lenda do fim de um mundo. A história era quase assim…

O fim começou com um passarinho, uma tia nada moderna e um menino muito ocupado que aniversariava.

A tia chega com um passarinho engaiolado. Um pássaro azul claro, cujas pontas das penas ganhavam um tom mais acentuado. A gaiola, de tão leve, tinha lume de abstrato e veio recoberta de um tecido de renda, no capricho da tia.

– É seu presente de aniversário! Aqui está o alpiste. Também não se esqueça de dar água pra ele, não!

- De onde me saiu essa tia? Questiona-se o menino, no auge da sabedoria dos seus nove anos, agora completados.

Tia sem antena moderna. Desconectada do mundo. Se melhor orientada fosse, daria ao menino um game de última geração, brinquedos da alta tecnologia, um novo tablet, um iPad ou qualquer outra engenhosidade a tornar-se obsoleta em tempo record. Algo descartável, sem carne, sem vida, sem ossos: sem alma.

O que salvou algum resquício de alegria ao menino foi a ressalva da tia: 

- “E ele canta,viu!” Afirmativa que de algum modo surpreendeu o menino, no que esboçou um sorriso.

Assim o passarinho, por instantes, desafiou a atenção do menino. Cantava, embora baixinho e pouco. Voava de um lado para o outro, em seu minúsculo cativeiro.

- Pai, ele pode chamar Bird Man?

- Claro, filho, como quiser. Respondeu sem pensar o padrasto, enquanto ajeitava a gravata.

- Beijo, vou indo pro trabalho.

A comida na geladeira, seria esquentada em breve tempo no micro-ondas. A mãe, no trabalho desde muito antes do menino acordar. Embrulhados em plásticos hermeticamente fechados, doces com corantes artificiais desfilavam formatos de frutos diversos. Agora, tudo era tão artificial que, para se reconhecer o sabor dos frutos, se fazia necessário usar produtos químicos. A vida necessitava de artifícios.

Amigos virtuais o chamam, como se fossem velhos conhecidos. Os professores, todos on line. Ele clica em uma tela e o mundo todo se abre sob o seu olhar de homem do futuro e muitas notícias disputam os seus sentidos todos.

O infinito da informação, a infinitude do conhecimento, tudo ali, aos seus pés. Pobre criança! O infinito não pontuado o que é, senão um nada disfarçado de inteiro?

O menino, por tempos, se esquece do pássaro. Quando dele se recorda, percebe que o pequenino alado já não consegue cantar, embora ainda se mexa lentamente.

- Canta, Bird Man! Será que nem pra isso você presta mais?

E o pássaro silencia-se na fraqueza da sede e da fome, como se se envergonhasse da desumanidade dos homens.

O menino olha os recipientes de água e comida e percebe que estão vazios e secos, mas sentencia:

- Não come e não bebe até cantar, passarinho mimado! E pega a gaiola e a leva à varanda da casa, deixando-a sob um sol causticante do verão.

- Acho que o sol vai ser bom pra você acordar.

E o menino corre à sala e retorna aos jogos: – Pega, pega. Mata, explode a cabeça dele. Vou recuar e você joga a bomba. Anda!….

E o passarinho acorda de um sono delicado e austero. Ao abrir os olhos, percebe uma invisível mão girar a maçaneta da portinhola de seu cárcere. A porta se abre e ele e entende que pode partir… E voa e se deslumbra do céu, e se encanta da luz.

Nesse momento ele vê o Sol e a sua alma se apieda do grande astro, pássaro de luz desprovido de asas, condenado a tentar degelar, por eternidades interias, o coração de homens que se fizeram desprovidos da emoção para abraçarem a o pragmatismo de um tempo.

Comovido, o pássaro volta à varanda e segura e suspende, em seu minúsculo bico, as grades de sua antiga prisão. E assim ele voa ao encontro do Sol. Seu canto faz com que o astro rei compreenda a dignidade de seus propósitos, e se permita aprisionar-se.

O passarinho aprisiona o Sol em sua quase abstrata gaiola e o leva a visitar e a aquecer outros mundos. Mundos mais condizentes com a luz, mais afeitos ao canto, mais atentos ao azul e à beleza que os cercam. Cujos homens se permitissem o exercício de sua pessoal humanidade.

E do mundo do menino ocupado nunca mais falar se ouviu. 

Nara Rúbia Ribeiro

Fonte: http://www.contioutra.com/de-quando-o-passaro-apiedou-se-do-sol/

sexta-feira, 27 de março de 2015

Música



Primeiros Erros – Kiko Zambianchi

“Meu destino não é de ninguém, eu não deixo os meus passos no chão”
Apesar de ter ficado mais conhecida em 2000, quando a banda Capital Inicial gravou a canção, Primeiros Erros já havia feito sucesso na década de 80. O compositor e cantor Kiko Zambianchi lançava seu primeiro CD, que só conseguiu emplacar graças a Primeiros Erros. Kiko nunca foi um grande nome do rock nacional, mas esta canção é conhecida e cantada por muitas pessoas que gostam de um bom rock.


A história da música é uma lição de que não podemos voltar ao passado, por isso temos que procurar acertar sempre, para que as consequências não venham no futuro.A letra fala de uma pessoa que errou muito no passado e agora vê que esses erros não podem mais ser evitados. A chuva e o sol são as metáforas bem utilizadas para falar dos erros e acertos. Por mais que essa pessoa tente voltar ao passado (o que é impossível) e ser sol (acertos), irá chover (erros).



Meu caminho é cada manhã
Não procure saber onde estou
Meu destino não é de ninguém
E eu não deixo os meus passos no chão
Se você não entende não vê
Se não me vê, não entende

Não procure saber onde estou
Se o meu jeito te surpreende
Se o meu corpo virasse sol
Se a minha mente virasse sol
Mas só chove, chove
Chove, chove

Se um dia eu pudesse ver
Meu passado inteiro
E fizesse parar de chover
Nos primeiros erros
Meu corpo viraria sol
Minha mente viraria sol
Mas só chove, chove
Chove, chove

Se um dia eu pudesse ver
Meu passado inteiro
E fizesse parar de chover
Nos primeiros erros
Meu corpo viraria sol
Minha mente viraria sol
Mas só chove, chove
Chove, chove

Meu corpo viraria sol
Minha mente viraria
Mas só chove, chove
Chove, chove
Meu corpo viraria sol
Minha mente viraria sol
Mas só chove, chove
Chove, chove


Fonte: https://musicasbrasileiras.wordpress.com/page/3/

quinta-feira, 26 de março de 2015

Algumas imagens, reais, de momentos impressionantes!









Fonte: http://www.tudointeressante.com.br/2015/03/28-fotos-tiradas-no-momento-tao-perfeito-que-voce-duvidara-que-sao-reais.html

Filme

Os Vingadores - The Avengers 

Loki (Tom Hiddleston) retorna à Terra enviado pelos chitauri, uma raça alienígena que pretende dominar os humanos. Com a promessa de que será o soberano do planeta, ele rouba o cubo cósmico dentro de instalações da S.H.I.E.L.D. e, com isso, adquire grandes poderes. Loki os usa para controlar o dr. Erik Selvig (Stellan Skarsgard) e Clint Barton/Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), que passam a trabalhar para ele. No intuito de contê-los, Nick Fury (Samuel L. Jackson) convoca um grupo de pessoas com grandes habilidades, mas que jamais haviam trabalhado juntas: Tony Stark/Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), Steve Rogers/Capitão América (Chris Evans), Thor (Chris Hemsworth), Bruce Banner/Hulk (Mark Ruffalo) e Natasha Romanoff/Viúva Negra (Scarlett Johansson). Só que, apesar do grande perigo que a Terra corre, não é tão simples assim conter o ego e os interesses de cada um deles para que possam agir em grupo.


Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-130440/

 
Trailer 


E que venha Os Vingadores 2...

CHÁ DA TARDE...

Três senhoras muito velhinhas se reúnem para o chá da tarde.

– Puxa, acho que estou ficando esclerosada – comenta uma delas.


– Ontem eu me peguei com a vassoura na mão e não me lembrava se já havia ou não varrido a casa.


– Isso não é nada – diz a outra. – Outro dia eu me vi de pé, ao lado da cama, de camisola, e não sabia se tinha acabado de acordar ou se estava me preparando para dormir.


– Cruzes! – fez a terceira. – Deus me livre de ficar assim! Isola! – e deu três batidinhas na mesa: “toc-toc-toc.” Olhou para as outras e emendou:


– Esperem um pouco que eu já volto! Tem gente batendo na porta!




Fonte: http://www.refletirpararefletir.com.br/textos/cha-da-tarde

HÁ MOMENTOS


Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la.

Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.

O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.

A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre.


Clarice Lispector


Fonte: http://www.refletirpararefletir.com.br/textos/ha-momentos

Música

Não quero dinheiro (Eu só quero amar) – Tim Maia

“Quando a gente ama, não pensa em dinheiro, só se quer amar.”

Conhecido como o rei nacional do soul, Tim Maia ficou marcado pela sua voz forte e pela sua irreverência. Morreu jovem, aos 55 anos após crises por uso de drogas lícitas e ílicitas, mas ninguém pode dizer que ele não morreu feliz.

A carreira de Tim Maia foi sempre muito difícil, demorou para embalar sucessos e só gravou seu primeiro grande disco no ano de 1970. Depois disso, a música brasileira teve de se render ao talento do cantor, que sempre teve opiniões contraditórias e carregou fãs por todos os cantos do país. 

Não quero dinheiro (Eu só quero amar) é uma das canções mais famosas do “síndico” da música brasileira. A canção diz que o importante é o amor e nunca o dinheiro, ao contrário do que muitos dizem. Para Tim Maia, “o dinheiro é capaz de comprar muitas coisas, como bebidas, comidas e até amizades, mas o amor verdadeiro ele não compra”. Foi assim que o compositor e cantor levou a sua vida. Com muito amor.

Não quero dinheiro (Eu só quero amar) é um hino do movimento disco no Brasil.





Vou pedir pra você voltar
Vou pedir pra você ficar
Eu te amo
Eu te quero bem

Vou pedir pra você gostar
Vou pedir pra você me amar
Eu te amo
Eu te adoro, meu amor

A semana inteira
Fiquei esperando
Pra te ver sorrindo
Pra te ver cantando
Quando a gente ama
Não pensa em dinheiro
Só se quer amar
Se quer amar
Se quer amar

De jeito maneira
Não quero dinheiro
Quero amor sincero
Isto é que eu espero
Grito ao mundo inteiro
Não quero dinheiro
Eu só quero amar

Te espero para ver se você vem
Não te troco nesta vida por ninguém
Porque eu te amo
Eu te quero bem

Acontece que na vida a gente tem
Que ser feliz por ser amado por alguém
Porque eu te amo
Eu te adoro, meu amor

A semana inteira
Fiquei esperando
Pra te ver sorrindo
Pra te ver cantando
Quando a gente ama
Não pensa em dinheiro
Só se quer amar
Se quer amar
Se quer amar

De jeito maneira
Não quero dinheiro
Quero amor sincero
Isto é que eu espero
Grito ao mundo inteiro
Não quero dinheiro
Eu só quero amar
(Eu só quero amar)

A semana inteira
Fiquei esperando
Pra te ver sorrindo
Pra te ver cantando
Quando a gente ama
Não pensa em dinheiro
Só se quer amar
Se quer amar
Se quer amar

De jeito maneira
Não quero dinheiro
Quero amor sincero
Isto é que eu espero
Grito ao mundo inteiro
Não quero dinheiro
Eu só quero amar
Amar




Fonte: https://musicasbrasileiras.wordpress.com/page/3/

quarta-feira, 25 de março de 2015

Curiosidade

Designers japoneses criam lua em miniatura com topografia fiel à do satélite natural.

Baseados pelo fenômeno da super-lua, designers japoneses do estúdio Nosigner criaram essa réplica que funciona como luminária.
Para reconstruir a topografia lunar, eles utilizaram imagens produzidas pela sonda japonesa Kaguya.








Fonte: http://somentecoisaslegais.com.br/somente-produtos-legais/designers-japoneses-criam-lua-em-miniatura-com-topografia-fiel-satelite-natural

Conto

Mãe, um conto para quem não tem preguiça de pensar


Ainda na infância, aqueles amigos umbilicais descobriram-se apaixonados. Juraram-se, acreditaram-se, o relógio adiantou ponteiros, anelaram-se, casaram-se.

Os anos passaram apressados: o desejo queimou o primeiro; a sede bebeu o segundo; a fome comeu o terceiro. Quatro anos e as bocas frias ruminavam; os corpos gritavam em silêncio pelo pequeno corpo que não lhes chegava. À parteira, menos um luz para mostrar; ao padre, uma falta na pia batismal no domingo; ao Mundo, uma ideia negada; ao casal, uma chupeta e dois pesinhos para medir os limites da casa.

Não queriam adquirir choro que não lhe fosse proveniente dos próprios olhos. Acreditavam que, com isso, teriam de se acostumar à vereda que o pequeno desconhecido traria desenhada. Todos os planos davam para um filho; todos os meses davam para o fracasso.

Uma noite, enquanto viam TV na sala, escutaram um choro primário vindo do jardim. Sufocado entre flores e espinhos, formigas e grama úmida, chegou a casa aquele minúsculo ser de olhos ainda fechados.

E por ali descobriu para que servem os pés, subiu as escadas, dormiu sozinho, espremeu a primeira espinha, dormiu junto a uma estranha sorrateira, desceu para ser calouro, subiu com o diploma, beijou os pais, partiu para longe, encontrou o útero que lhe fermentou, libertou-o da prisão, ofereceu-lhe casa, chama-o carinhosamente de“mãe”.

Longe dali, um par de cabelos brancos, ainda de luto, lamenta o que poderia ter sido, e foi.


 Lúcia Costa.


Fonte: http://www.contioutra.com/mae-um-conto-para-quem-nao-tem-preguica-de-pensar/

Música

Eu quero é botar meu bloco na rua – Sérgio Sampaio


“Eu quero é todo mundo nesse carnaval…”

Nascido em Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo, em 1947, Sérgio Sampaio só ganhou o sucesso que merceia em 1972, quando se inscreveu no IV Festival Internacional da Canção com a música Eu quero é botar meu bloco na rua. Com uma letra cheia de metáforas, a canção entrou para a história como uma das maiores canções brasileiras de todos os tempos.

Em época de ditadura militar, os compositores usavam das canções para passarem as suas mensagens para a sociedade de que não concordavam com a brutalidade e a forma como o país era governado. Com uma censura forte, que analisava cada canção gravada, os grandes letristas eram obrigados a utilizar metáforas, para expressar o sentimento da canção e ao mesmo tempo escapar da censura.

Quando Sérgio Sampaio ecoava em alto e bom som que queria “botar o bloco na rua”, ele na verdade estava querendo se impor. Na época, o exército levava tropas para as ruas, como meio de demonstrar a força para os cidadãos. Sérgio também queria colocar a sua tropa (bloco), com uma grande diferença de objetivos. O bloco de Sérgio Sampaio queria “um quilo mais daquilo” e “um grilo menos disso” e chama todo mundo para esse carnaval.

O Durango Kid, que aparece na letra da canção, é uma metáfora para militares, no caso, o inimigo que impedia o bloco de ser “botado” na rua.

A primeira parte da letra remete ao sentimento que os militares tinham por qualquer cidadão. Que todos sentiam medo quando tinham as disputas nas ruas e que todos iriam se calar diante da brutalidade. A segunda parte é o hino de Sérgio Sampaio, a real vontade do brasileiro da época, que era ir para a rua e dizer tudo o que estava engasgado na garganta.



Há quem diga que eu dormi de touca
Que eu perdi a boca, que eu fugi da briga
Que eu caí do galho e que não vi saída
Que eu morri de medo quando o pau quebrou

Há quem diga que eu não sei de nada
Que eu não sou de nada e não peço desculpas
Que eu não tenho culpa, mas que eu dei bobeira
E que Durango Kid quase me pegou

Eu quero é botar meu bloco na rua
Brincar, botar pra gemer
Eu quero é botar meu bloco na rua
Gingar, pra dar e vender

Eu, por mim, queria isso e aquilo
Um quilo mais daquilo, um grilo menos disso
É disso que eu preciso ou não é nada disso
Eu quero é todo mundo nesse carnaval

Eu quero é botar meu bloco na rua
Brincar, botar pra gemer
Eu quero é botar meu bloco na rua
Gingar, pra dar e vender

Fonte: https://musicasbrasileiras.wordpress.com/

terça-feira, 24 de março de 2015

Conto


Flor Rubra

Chovia e não se importava, enquanto todos corriam buscando abrigo, se apertando embaixo das marquises, ela continuava sentada no banco da praça. Estava coberta das gotas que escorriam por seu corpo, com olhos perdidos no horizonte, a boca semiaberta com seu batom vermelho feito sangue, os cabelos despenteados, a camiseta ensopada, a bolsa no colo que carregava o maço de cigarros e um pequeno caderno de anotações. Era poetisa e leitora de si mesma.

Sempre sentiu enorme vazio e deslocamento, estava feito peça perdida de um quebra-cabeça chamado existência, uma dizima que a vida preferia arredondar. Pensou que os fantasmas eram assim e riu, pois as pessoas que disseram para ela não acreditar em fantasmas hoje não creriam nela. Pensou na sua existência, era excêntrica, praticava o exercício esquecido da reflexão, não tinha tempo para idiotices, carreiras imbecis, status e pessoas rasas. Desde muito cedo sabia que a vida era mais do que rótulos, produtos e transações. Desconfiava que a vida sempre escondia algo dela, igual aos mordomos em romances policiais clichês, e estava disposta a arrancar as respostas. E a vida sabendo disso a evitava.

Silenciou a mente dos barulhos interiores e ficou olhando ao seu redor. Observou as pessoas abrigadas nas marquises, o velhinho que usava uma capa de chuva com a expressão de pressa e passos lentos, os cavalheiros respeitáveis em seus ternos, eles tinham os olhos mergulhadores que exploravam o decote e o colo molhado da moça, que estava mais preocupada em proteger os seus cadernos, o menino com ar solitário com uma camiseta de uma banda que ela nunca tinha ouvido falar e suas tatuagens borradas. A chuva era um lembrete, ela mostrava o abismo que existia entre ela e os outros, não tinha o espirito aventureiro e nem vontade de saltar e alcança-los.

Levantou-se, caminhava devagar em direção a sua casa um apartamento alugado no centro. Pensava em alguma música da Elis, não pela letra em si, mas gostava da voz dela, aquela voz forte e doida, aquela voz que era um vazamento da alma. As dores são assim, a ferida abre ou o vaza o sangue ou a alma. A voz de Elis era um vazamento da alma, assim como o batom vermelho que usava todos os dias. Enquanto as pessoas associavam o batom com a mulher sensual que é, a verdade é que o batom que avermelhava os lábios era flor que brotou de toda a dor de sua alma. Era uma rosa dolorida e bela, e assim prosseguia andando devagar, bolsa no ombro, quadris deslizantes, com a flor rubra na boca querendo a voz de Elis.

Viu o velho prédio, abriu a porta e subiu pelas escadas, detestava elevadores e seus constrangimentos. Gostava de deslizar a mão direita pelo corrimão e se conectar a outras mãos que passearam por ali, estranha mania de se conectar a ausência das pessoas e não as pessoas.

E ria ao pensar que os objetos durariam muito mais do que ela e que na verdade eles são pontes imaginárias que ligam, e assim ela ia tocando os objetos e derramando vida neles, para que talvez algum dia alguém se conecte a ela.

Entrou em seu apartamento, deixou as roupas pelo chão, assim como já tinha deixado os sonhos, as palavras e as esperanças de plástico. Deitada em sua cama, olhava o teto cinza, de um dia cinza, como tantos dias cinzas que se repetem e que nos repetem.

A flor rubra sorriu perfumando o quarto com alma.

 Zack Magiezi

capa
Fonte: http://www.contioutra.com/flor-rubra-um-conto-de-zack-magiezi/

Dica de filme

Pearl Harbor

Pouco antes do bombardeio japonês em Pearl Harbor, dois amigos que são como irmãos um para o outro se envolvem de maneira distinta nos eventos que fazem com que os Estados Unidos entrem na 2ª Guerra Mundial. Enquanto que Rafe (Ben Affleck) se apaixona pela enfermeira Evelyn (Kate Beckinsale) e decide se alistar na força americana que lutará na 2ª Guerra Mundial, em Londres, Danny (Josh Hartnett) torna-se piloto da Força Aérea dos Estados Unidos e permanece no país. Após a notícia de que Rafe morrera em um dos combates que travava contra os alemães, Danny e Evelyn se aproximam e terminam se apaixonando.


                                                                     Trailer Pearl Harbor




Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-27417/trailer-19537400/

Pensamento


De tudo ficaram três coisas... 
A certeza de que estamos começando... 
A certeza de que é preciso continuar... 
A certeza de que podemos ser interrompidos antes de terminar... 
Façamos da interrupção um caminho novo... 
Da queda, um passo de dança... 
Do medo, uma escada...Do sonho, uma ponte... D
a procura, um encontro!



O encontro marcado - Fernando Sabino

Música


Trem das onze – Demônios da Garoa



“Sou filho único, tenho minha casa para olhar!”

Eleita em 2000 a música símbolo da capital paulista, Trem das onze é um samba composto no fim dos anos 1950, mas só divulgado para o grande público na década seguinte. O grupo Demônios da Garoa andava em baixa e suas músicas voltaram a ser ouvidas nas rádios em 1965, quando a canção de Adoniran Barbosa foi escolhida para ser a música de trabalho do álbum daquele ano. Até hoje Trem das onze é cantada e os Demônios da Garoa se firmaram como o maior grupo de samba paulistano.
A saga do rapaz que não pode perder o trem para voltar para sua casa é conhecida por todos os brasileiros. A canção tem um ritmo contagiante e retrata os problemas sociais vividos pelas classes menos favorecidas.
Trem das onze é a mais conhecida obra de Adoniran Barbosa, um sambista que foi adorado nas décadas de 1950 e 1960. Em 2010, comemorou-se o centenário do nascimento de Adoniran. Com isso, a canção do rapaz que mora em Jaçanã voltou a ser adorada e aclamada por todos os fãs do bom samba.



Trem das Onze


Não posso ficar nem mais um minuto com você
Sinto muito amor, mas não pode ser
Moro em Jaçanã,
Se eu perder esse trem
Que sai agora às onze horas
Só amanhã de manhã.
Além disso, mulher
Tem outra coisa,
Minha mãe não dorme
Enquanto eu não chegar,
Sou filho único
Tenho minha casa para olhar
E eu não posso ficar.





Fonte: https://musicasbrasileiras.wordpress.com/page/6/

domingo, 22 de março de 2015

Música


Lanterna Dos Afogados - Os Paralamas do Sucesso



“Uma noite longa, para uma vida curta, mas já não me importa, basta poder te ajudar!”


Uma das maiores bandas de rock nacional, Os Paralamas do Sucesso são conhecidos por fazerem músicas agitadas, mas a capacidade de Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone é tão grande, que músicas mais calmas e lentas são feitas e tocadas de forma primorosa, Lanterna dos Afogados é um exemplo, uma música triste, que se tornou o hino paralâmico.

Em uma entrevista a revistaVinho Magazine, Herbert declarou que a música surgiu em 10 minutos, enquanto andava de moto com sua namorada. “Certa vez, saí com minha namorada para jantar. Sentei na moto, ela começou a conversar, mas pedi que ela não falasse mais nada, porque estava coma melodia e a letra na cabeça. Quando chegamos ao restaurante, em Ipanema, o graçom veio saber o nosso pedido. ‘Papel e caneta, rápido’, foi o que eu pedi. Naqueles dez minutos de moto, da minha casa até o restaurante a música foi composta”, disse o compositor.

A letra fala sobre as mulheres dos pescadores que saem para pescar e nem sempre voltam para casa. O risco é frequente e as mulheres ficam aflitas, rezando e torcendo para que possa ver seu marido de novo. Para essas mulheres a noite é longa e , mesmo sabendo que todos os dias é a mesma rotina, o medo sempre está presente. Essas mulheres ficam nos faróis, esperando seus maridos.

O nome Lanterna dos Afogados vem de um capítulo do livro “Jubiabá”, de Jorge Amado. O capítulo retrata o bar Cais do porto, onde as mulheres dos pescadores esperavam os seus maridos com lanternas, para ajudá-los a achar o caminho certo.

A letra é real e retrata a vida de muitas pessoas, somente gênios do nível de Herbert Vianna conseguiria escrever a história em apenas dez minutos.




Lanterna dos afogados

Quando tá escuro
E ninguém te ouve
Quando chega a noite
E você pode chorar

Há uma luz no túnel
Dos desesperados
Há um cais de porto
Pra quem precisa chegar

Eu tô na lanterna dos afogados
Eu tô te esperando
Vê se não vai demorar

Uma noite longa
Pra uma vida curta
Mas já não me importa
Basta poder te ajudar

E são tantas marcas
Que já fazem parte
Do que eu sou agora
Mas ainda sei me virar

Eu tô na lanterna dos afogados
Eu tô te esperando
Vê se não vai demorar

Uma noite longa
Pra uma vida curta
Mas já não me importa
Basta poder te ajudar

Eu tô na lanterna dos afogados
Eu tô te esperando
Vê se não vai demorar