Intertimento

Não se admire ou pense que eu escrevi errado, o nome é "Intertimento" mesmo, algo de significado parecido com entretenimento. O que se busca aqui é interagir com uma linguagem simples e cotidiana, de forma a garantir a todos o entendimento acerca dos assuntos tratados.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Texto


Dentro de nós, a alegria

Seu sintoma mais bonito é nos jogar para fora, de encontro ao mundo e a nós mesmos.


A alegria vem de dentro ou de fora de nós? A pergunta me ocorre no meio de um bloco de carnaval, enquanto berro os versos imortais de Roberto Carlos, cantados em ritmo de samba: “Eu quero que você me aqueça neste inverno, e que tudo mais vá pro inferno”.

Estou contente, claro. Ao meu redor há um grupo de amigos e uma multidão ruidosa e colorida. Ainda assim, a resposta sobre a alegria me ilude. Meu coração sorri em resposta a essa festa ou acha nela apenas um eco do seu próprio e inesperado contentamento?
Embora simples, a pergunta não é trivial. Se sou capaz de achar em mim a alegria, a vida será uma. Se ela precisa ser buscada fora, permanentemente, será outra, provavelmente pior.

Penso no amor, fonte permanente de júbilo e apreensão.

Quando ele nos é subtraído, instala-se em nós uma tristeza sem tamanho e sem fim, que tem o rosto de quem nos deixou. Ela vem de fora, nos é imposta pelas circunstâncias, mas torna-se parte de nós. Um luto encarnado. Um milhão de carnavais seriam incapazes de iluminar a escuridão dessa noite se não houvesse, dentro de nós, alguma fonte própria de alegria. Nem estaríamos na rua, se não fosse por ela. Nem nos animaríamos a ver de perto a multidão. Ficaríamos em casa, esmagados por nossa tristeza, remoendo os detalhes do que não mais existe. Ao longe, ouviríamos a batucada, e ela nos pareceria remota e alheia.

Nossa alegria existe, entretanto. Por isso somos capazes de cantar e dançar quando o destino nos atinge.

Nossa alegria inata se manifesta como força e teimosia: ela nos põe de pé quando nem sairíamos da cama. Ele se expõe como esperança: acreditamos que o mundo nos trará algo melhor esta manhã; quem sabe esta noite; domingo, talvez. Ela nos torna sensível à beleza da mulher estranha, ao sorriso feliz do amigo, à conversa simpática de um vizinho, aos problemas do colega de trabalho. Nossa alegria cria interesse pelo mundo e nos faz perceber que ele também se interessa por nós.

Por mínima que seja, essa fonte de luz e energia é suficiente para dar a largada e começar do zero. Um dia depois do outro. Todos os dias em que seja necessário.

Quando se está por baixo, muito caído, não é fácil achar o interruptor da nossa alegria. A gente tem a sensação de que alegria se extinguiu e com ela o nosso desejo de transar e de viver, que costumam ser a mesma coisa. Mas a alegria está lá - feita de boas memórias, do amor que nos deram, do carinho que a gente deu aos outros. Existe como presença abstrata mas calorosa, que nos dirige aos outros, que nos faz olhar para fora. É isso a alegria: algo de dentro que nos leva ao mundo e nos permite o gozo e a reconhecimento de nós mesmos, no rosto do outro. Empatia e simpatia. Amor.

Se a alegria vem de dentro ou de fora? De dentro, claro. Mas seu sintoma mais bonito é nos jogar para fora, de encontro à música e à dança do mundo, ao encontro de nós mesmos.


IVAN MARTINS




Fonte:http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2015/02/dentro-de-nos-balegriab.html

Música

Por onde andei – Nando Reis



“Amor eu sinto a sua falta e a falta é a morte da esperança”


Nando Reis ficou famoso por ter sido baixista de uma das maiores bandas de rock nacional de todos os tempos, a banda Titãs. Porém, Nando também é um grande compositor, para muitos, o melhor desde que Renato Russo e Cazuza nos deixaram.

É difícil escolher uma música de Nando Reis e dizer que essa cañção é mais bonita do que outras, afinal, a obra de Nando Reis é rica em músicas de amor, vida e família.

A letra da canção mostra um homem arrependido por ter perdido o grande amor da sua vida. Ele só foi perceber o quanto sua amada fazia falta, após a relação ter acabado. Percebe que a vida é muito frágil e só é possível viver se for por amor.Por onde andei foi gravada, pela primeira vez, no primeiro álbum de Nando Reis após deixar o Titãs. O álbum MTV Ao Vivo trazia grandes sucessos da carreira de Nando Reis, mesmo assim, a canção conseguiu se destacar e hoje é um dos maiores sucessos do cantor e compositor.

É uma declaração de amor a uma pessoa que foi perdida, mas que ele acredita que pode ser recuperada. Para isso, reconhece que agiu como uma criança, se deu menos do que poderia se dar, levando ao fim do relacionamento.

Para quem já se arrependeu das atitudes tomadas dentro de um relacionamento, Por onde andei surge como um verdadeiro hino. Mostra que nem sempre tudo está perdido e o primeiro passo para a reconquista é o arrependimento.




Desculpe
Estou um pouco atrasado
Mas espero que ainda dê tempo
De dizer que andei errado
E eu entendo

As suas queixas tão justificáveis
E a falta que eu fiz nessa semana
Coisas que pareceriam óbvias
Até pra uma criança

Por onde andei
Enquanto você me procurava?
Será que eu sei
Que você é mesmo
Tudo aquilo que me faltava?

Amor, eu sinto a sua falta
E a falta é a morte da esperança
Como um dia que roubaram o seu carro
Deixou uma lembrança

Que a vida é mesmo
Coisa muito frágil
Uma bobagem
Uma irrelevância
Diante da eternidade
Do amor de quem se ama

Por onde andei
Enquanto você me procurava?
E o que eu te dei?
Foi muito pouco ou quase nada
E o que eu deixei?
Algumas roupas penduradas
Será que eu sei
Que você é mesmo
Tudo aquilo que me faltava?

Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!
Uh! Uh! Uh!
Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!
Uh! Uh! Uh!

Amor, eu sinto a sua falta
E a falta é a morte da esperança
Como um dia que roubaram o seu carro
Deixou uma lembrança

Que a vida é mesmo
Coisa muito frágil
Uma bobagem
Uma irrelevância
Diante da eternidade
Do amor de quem se ama

Por onde andei
Enquanto você me procurava?
E o que eu te dei?
Foi muito pouco ou quase nada
E o que eu deixei?
Algumas roupas penduradas
Será que eu sei
Que você é mesmo
Tudo aquilo que me faltava?

Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!
Uh! Uh! Uh!
Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!
Uh! Uh! Uh!

Por onde andei
Enquanto você me procurava?
E o que eu te dei?
Foi muito pouco ou quase nada
E o que eu deixei?
Algumas roupas penduradas
Será que eu sei
Que você é mesmo
Tudo aquilo que me faltava?



Fonte: https://musicasbrasileiras.wordpress.com/page/8/

Filme

Além das Luzes

A jovem e talentosa artista Noni Jean (Gugu Mbatha-Raw) alcança a sonhada fama, mas não consegue lidar muito bem com as complexidades do estrelato e sucumbe ante a pressão da vida pública. Até sua vida ser salva por Kaz Nicol (Nate Parker), um policial designado a protege-la, que pode ser a peça chave que faltava para desbloquear o potencial artístico dela. Apesar dos protestos de seus respectivos pais, que querem que os jovens concentrem-se em suas próprias carreiras, os dois vão lutar para seguir esse romance.


TRAILER





Fonte: http://www.filmesonlinegratis.net/assistir-alem-das-luzes-legendado-online.html


Texto


Segundas chances

Quem nunca se pegou pensando que tudo poderia ser diferente se tivesse feito outras escolhas? Estes momentos de arrependimento, de ter vontade de voltar atrás e apagar uma frase dita num momento de raiva ou ter decidido por outro caminho são normais. Porque no presente pode-se avaliar o passado, o tempo dá distanciamento, a emoção experimentada então já diminuiu. É natural ter a compreensão tardia, mas, na realidade, naquele momento, talvez tenha sido a atitude possível, de acordo com a maturidade e os recursos emocionais da pessoa.

É razoável entender que se fez o melhor possível na situação, e que provavelmente não se estivesse preparado para agir de outra maneira. O problema é quando o indivíduo se arrepende e não se sente capaz de sair de uma situação que provoca sofrimento, seja um relacionamento ou uma profissão. Há várias explicações, como temor do desconhecido ou de um novo fracasso, e o pensamento: Se errei antes, quem garante que acertarei agora? Dessa forma, a pessoa se acomoda, tentando acreditar que talvez as coisas se resolvam, preferindo não apostar no que considera um risco.

Se o sujeito subestima a si mesmo ou busca a perfeição nunca estará satisfeito com as pequenas vitórias. O arrependimento não pode se tornar constante, uma sombra que impede de enxergar as novas oportunidades que a vida oferece. Usar a lição do fracasso para não repetir o erro é mais indicado do que lastimá-lo indefinidamente e se apegar a ele como desculpa para não mudar. Conformar-se com o que não traz sorriso ao rosto e calor ao coração é uma traição a si mesmo e injusto para com as pessoas que compartilham sua vida.

Pensamentos negativos de que se é incapaz ou impotente aumentam o sofrimento e podem levar da tristeza à depressão. Tudo piora se o indivíduo fica preso ao que passou e deixa de viver o presente. Lamentar o que se fez ou o que se deixou de fazer pode se tornar doença. Amargura, arrependimento, culpa são emoções tóxicas que envenenam a alma. Experimentar insatisfação, angústia e frustração quando um projeto fracassa é natural, mas ficar preso a estas emoções é paralisante e impede que se pense em formas de resolver a situação ou, ao menos, superá-la da melhor forma possível.

Aceitar o que não pode ser modificado, porque está fora do controle da pessoa, assimilar os erros, para não repeti-los no futuro, tirando dos mesmos importantes lições de vida, buscar as evidências de que não se pode fazer diferente nem tentar algo novo, por incapacidade ou falta de oportunidade, são atitudes positivas que tiram do imobilismo, questionam crenças de desesperança e possibilitam transformação significativa da qualidade de vida. O autoconhecimento, com a descoberta de si mesmo e do próprio potencial, é a chave para uma existência plena, ampliando a visão de mundo e possibilitando segundas chances. 

Maria Cristina Ramos Britto




Fonte: http://www.contioutra.com/segundas-chances/

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Texto


Janelas de oportunidade
Elas aparecem simultaneamente na vida de duas pessoas e tornam os encontros possíveis...

O amor, como tantas outras coisas, depende de oportunidades. A pessoa que hoje vira do avesso a minha vida, em outro momento poderia ter passado sem ser notada. Bastaria que houvesse alguém ocupando meus sentimentos. Ou satisfatoriamente a minha cama. Eu estaria indisponível aos apelos dela - e um caminho possível da nossa história seria fechado, antes mesmo de começar.

Acho que ainda não se escreveu suficientemente sobre a importância das janelas de oportunidades. Elas aparecem simultaneamente na vida de duas pessoas e tornam os encontros possíveis. Ou não aparecem, e nada se materializa. Um fica parado diante do outro, mas o tempo não oferece uma passagem que os ligue.

No passado, aquela pessoa me quis, mas eu estava envolvido com outro alguém. Quando o envolvimento terminou e olhei em volta, quem me queria não estava mais só. Aquilo que talvez pudesse acontecer não aconteceu. Faltou a janela. Foi preciso esperar outra volta do destino. Em alguns casos ela veio. Em outros, não. É assim. Certos romances não se concretizam. Vibram na memória apenas como possibilidade, para sempre.

Quando a gente fica mais velho, as coisas tornam-se mais complicadas. Os envolvimentos já não duram semanas ou meses. Frequentemente duram anos. As janelas de oportunidade são raras. Se você gosta de alguém que se casou, vai ter de esperar um tempo enorme para que o trem passe de volta. E talvez ele nunca passe. 

Há também o complicador do luto. Você está discretamente feliz porque aquela mulher – ou aquele homem – finalmente saiu de uma relação deteriorada que durava anos. Agora, finalmente, ela – ou ele – está disponível para conhecer melhor você e seus sensuais sentimentos. Só há um problema, que se revela na primeira hora de conversa: a pessoa está mortalmente triste. Arrasada mesmo. Topa sair, conversar, beber. Como está carente, pode haver até sexo, mas talvez fosse melhor evitar. Nesse momento de luto e confusão sentimental, o ser humano habita um espaço emocional peculiar onde as coisas acontecem mas, de alguma forma, não são inteiramente registradas. Ou devidamente apreciadas. Suas oportunidades com ela – ou com ele – podem ser queimadas pela precipitação do contato. Ao contrário do que parece, a janela não está realmente aberta.

Por essa razão e por outras, talvez não valha a pena esperar demais pelas janelas de oportunidade dos outros. O dia de amanhã é insondável e o coração das pessoas, também. Hoje, comprometida, a Fulana parece muito interessada em você. Amanhã, separada, ela solenemente o ignora. Acontece o tempo todo, assim como o contrário. Não há garantias.
Melhor construir o futuro com o material inesperado do presente. Gente nova. Novas oportunidades. Se uma janela antiga se abrir, olharemos para o seu interior cuidadosamente. Se ela jamais se apresentar, contaremos que a tarde nos traga uma surpresa. A vida, afinal, é o que acontece enquanto fazemos planos. Melhor deixar-se arrebatar.

Nosso coração, porém, tem suas manias. Às vezes, é inevitável desejar o que desejamos. Se aquela criatura é tão fascinante, se tê-la nos braços é o que você espera há tanto tempo, não tenha medo – mergulhe na janela de oportunidade e faça o possível.

Convide, cultive, coloque-se com carinho e com clareza. Faça a sua parte com empenho. Se não der certo, vire a página. Isso é muito, muito importante. Ao fechar uma janela, você sinaliza ao universo que espera por outra. Ao virar as costas, permite que a sua própria janela se abra novamente. Quem gira e resmunga ao redor dos outros, não abre espaço para nada. Quem entende e sai, consente que a vida recomece.

Neste universo dominado pelo tempo e pelas circunstâncias que ele cria, os gestos são fundamentais. Gestos claro de aproximação e de afastamento. Eles constroem a sorte. Fazem com que as janelas se transformem em oportunidades concretas. Permitem que o amor deixe de ser uma possibilidade latejante no futuro para se tornar algo presente. Não sabemos quando o destino vai nos abrir uma janela, mas nos cabe decidir, agora, o que fazer diante dela.

IVAN MARTINS



Fonte: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2015/04/janelas-de-oportunidade.html

Filme

Sem Perdão

Victor (Colin Farrel) trabalha como o braço direito de um grande criminoso em Nova York. Um dia, ele encontra Beatrice (Noomi Rapace), vítima de um crime, que considera Victor o homem perfeito para ajudá-la em sua vingança. Para convencê-lo a cooperar, ela o chantageira com provas de um assassinato que Victor cometeu.




TRAILER


Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-199062/

Música


Não deixe o samba morrer – Alcione


” O morro foi feito de samba, de samba para a gente sambar”.



Clássico do samba, Não deixe o samba morrer é uma canção que fala sobre a importância do ritmo para o brasileiro, principalmente para o que vive no morro e respira samba a todo momento. Interpretada por Alcione, uma das maiores vozes do país, a canção permaneceu durante 22 semanas em primeiro lugar nas paradas de sucesso, mesmo sendo lançada no primeiro álbum da cantora.

Não deixe o samba morrer é um apelo de um sambista para que o samba permaneça vivo para sempre, afinal, o ritmo era a função da vida daquele sambista e , segundo ele, é também a função de vida de muitos que vivem no morro. Ele diz que o morro nasceu para sambar, portanto, o mais brasileiro dos ritmos não pode morrer jamais.

Até hoje Alcione faz sucesso com a canção. Uma prova de que o samba não morreu.A canção também ressalta o carnaval e sua importância. Para um sambista, não importa se ele desfilará ou não, ele sempre continuará torcendo por sua escola de coração, ouvindo o samba de sua escola e nada mais o fará tão feliz.




Eu vou ficar
No meio do povo, espiando
Minha escola
Perdendo ou ganhando
Mais um carnaval
Antes de me despedir
Deixo ao sambista mais novo
O meu pedido final...

Quando eu não puder
Pisar mais na avenida
Quando as minhas pernas
Não puderem agüentar
Levar meu corpo
Junto com meu samba
O meu anel de bamba
Entrego a quem mereça usar...

Eu vou ficar
No meio do povo, espiando
Minha escola
Perdendo ou ganhando
Mais um carnaval
Antes de me despedir
Deixo ao sambista mais novo
O meu pedido final...

Antes de me despedir
Deixo ao sambista mais novo
O meu pedido final...

Não deixe o samba morrer
Não deixe o samba acabar
O morro foi feito de samba
De Samba, prá gente sambar...

Quando eu não puder
Pisar mais na avenida
Quando as minhas pernas
Não puderem aguentar
Levar meu corpo
Junto com meu samba
O meu anel de bamba
Entrego a quem mereça usar...

Eu vou ficar
No meio do povo, espiando
A Mangueira
Perdendo ou ganhando
Mais um carnaval
Antes de me despedir
Deixo ao sambista mais novo
O meu pedido final...

Antes de me despedir
Deixo ao sambista mais novo
O meu pedido final...

Não deixe o samba morrer
Não deixe o samba acabar
O morro foi feito de samba
De Samba, pra gente sambar...



                                                                                                                                                                                                     Fonte: https://musicasbrasileiras.wordpress.com/page/7/